top of page

"A Morte e Vida de Marsha P. Johnson" e a intolerância e violência contra transexuais


Marsha P. Johnson

A questão da violência e da intolerância contra o movimento LGBT infelizmente não é nova. Não é de hoje que acompanhamos graves denúncias de atitudes movidas à total falta de conhecimento, compaixão, empatia e sei lá o que mais...

O documentário "A Morte e a Vida de Marsha P. Johnson", que estreou recentemente na Netflix, chega para mostrar o legado político deixado por esta estrela da TV americana e lendária figura do gueto gay de Nova York, conhecida por muitos como "Rosa Parks do mundo LGBT". Ao lado de Sylvia Rivera, Marsha foi a responsável por fundar a Street Transvestite Action Revolutionaries (STAR), que cuidava de transexuais em situação de rua nos EUA. O documentário acompanha a ativista Victoria Cruz, que busca entender ao certo o que aconteceu em 1992, quando o corpo de Marsha P. Johnson foi encontrado boiando no Hudson River, em NY. A polícia concluiu que foi suicídio, mas não é nisso que Victoria e os amigos de Marsha acreditam.

Logo paramos para perceber como as transgêneros por vezes são deixadas de lado dentro do próprio movimento LGBT. Há casos de vaias durante falas de mulheres trans que aconteceram em passeatas pelos direitos LGBT! Silvia Rivera conta no doc que chegou a tentar se matar após uma destas passeatas.

"A Morte e Vida de Marsha P. Johnson" também mostra a triste relação entre mulheres trans e prostituição. É que muitas delas foram expulsas de casa e precisam sobreviver. Não é fácil conseguir emprego atualmente sendo trans, imagine nos anos 1970, 1980... A prostituição era o caminho encontrado. Muitas tinham seu tempo de vida drasticamente reduzido por conta do envolvimento com drogas, pelas DSTs, pelos assassinatos, pelos suicídios. Muitas das revoluções conquistadas pelo movimento LGBT atingiram as classes mais altas, mas os pobres e em situação de rua seguiam marginalizados. Na verdade, todas estas características ainda são tristemente comuns hoje em dia.

Os problemas são tão atuais que chega a doer. E o documentário mostra bem como ainda estamos no início desta luta, como no caso de Isla, uma jovem trans assassinada pelo rapaz com quem se relacionava porque ele viu toda sua "macheza" ser posta em prova ao ter seus amigos zombando dele por sair com uma trans. Ele alegou que foi enganado. E a justiça, ainda hoje, parece relevar tais argumentos, mesmo diante de atrocidades...

É de machucar cada cantinho da alma.

Para wix.jpg

Manu Mayrink é fanática por livros, filmes, séries, música e lugares novos.  A internet é seu maior vício (ao lado de banana e chocolate, claro) e o "Alguém Viu Meus Óculos?" é seu xodó. Ela ama falar (muito) e contar pra todo mundo o que anda fazendo (taurina com ascendente em gêmeos, imagine a confusão!). Já morou em cidade pequena e em cidade grande, já conheceu gente muito famosa e outras não tanto assim (mas sempre com boas histórias). Já passou por alguns lugares incríveis, mas quando o dinheiro aperta ela viaja mesmo é na própria cabeça. Às vezes mais do que deveria, aliás.

  • Facebook
  • Twitter
  • YouTube
  • Pinterest
  • Instagram
bottom of page