“Meu Corpo É Político” e a importância da visibilidade trans
O que uma diretora de uma escola pública de São Paulo, um aluno da Unip e operador de telemarketing e sua namorada ativista e uma artista poderiam ter em comum? Todos fazem parte do universo trans e/ou queer e lutam pela sua causa, como é mostrado no filme “Meu Corpo É Político”, de Alice Riff que estreia no próximo dia 30 de novembro. Este é o primeiro documentário de Alice, que já trabalhou anteriormente com curtas-metragens, voltados para a temática dos direitos humanos e juventude.
O longa retrata o cotidiano de quatro pessoas, na periferia de São Paulo. Fernando, Giu, Linn da Quebrada (que também está no elenco de “Corpo Elétrico”) e Paula Beatriz são ativistas do movimento LGBT e suas próprias existências já são um ato político.
É mostrando o cotidiano destas personagens que a diretora levanta questões sobre a população trans e o quanto a nossa sociedade ainda é pouco preparada para lidar com as diferenças.
Com o filme, observamos o dia-a-dia destas pessoas, que é exatamente como o de qualquer um, que come, toma banho, trabalha, se diverte... A gente se reconhece naquelas pessoas e isso é o que pode diminuir o preconceito que infelizmente ainda tanto existe. Um dos exemplos do despreparo da sociedade é mostrado no filme com a dificuldade de Fernando em conseguir trocar o seu nome social.
O maior problema deste filme para mim é seu tamanho curto, que deixa os espectadores com gostinho de quero mais. Durante os 71 minutos de filme, a gente se envolve com os personagens e fica na expectativa de saber mais de suas vidas.
“Meu Corpo É Político” é lançado em um momento importante e conturbado no Brasil, em que mostrar a resistência trans, gay, queer, pobre e negra, é cada vez mais necessária e bonita.