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"Todo o Dinheiro do Mundo" traz história real sobre sequestro de neto do bilionário John P


Imagina ser o neto de um dos caras mais ricos do mundo. Agora imagine ser sequestrado (afinal de contas tá cheio de gente por aí de olho nessa fortuna) e precisar de alguns milhões para ser solto. Natural que seu avô faça de tudo e dê o dinheiro necessário, certo? Não se você for o neto de John Paul Getty.

"Todo o Dinheiro do Mundo" se passa na Itália de 1973. John Paul Getty III (Charlie Plummer) é o neto favorito do magnata do petróleo J. Paul Getty (Christopher Plummer), um dos primeiros bilionários da história da humanidade (aliás, os dois Plummer tem o mesmo sobrenome, mas não são parentes na vida real). O sequestro do rapaz coloca a sua mãe, Gail Harris (Michelle Williams), em uma corrida desesperada para convencer o ex-sogro a pagar o resgate milionário do filho. Mas o avô é frio, manipulador e mesquinho e irá encarregar o ex-espião Fletcher Chase (Mark Wahlberg), seu homem de confiança, para descobrir quem e o que está por trás do crime. A ideia é solucionar o problema sem o desperdício de nenhum centavo de sua fortuna. Pra se ter uma ideia, quando questionado sobre o porquê de não pagar logo o resgate, Getty-avô responde "Se eu pagar um centavo agora, eu terei outros 14 netos sequestrados". Ou seja...

Mas as coisas saem um pouco do controle. E vamos ficando chocados com toda a frieza de John Paul Getty, com a economia grosseira nas pequenas coisas, até naquilo que nem nós, pobres (literalmente) mortais, sentimos necessidade em economizar. Para ele, sempre falta um pouco mais de dinheiro para a plena segurança financeira; mesmo sendo um bilionário.

"Todo o Dinheiro do Mundo" segue seu caminho e muitos porquês são revelados, mas é impossível não pensar em algumas pessoas que alcançaram o sucesso financeiro em detrimento de tantas áreas da vida tão mais importantes, como a família e até mesmo o prazer pessoal. Ou que precisaram de tramoias e abusos para chegar no topo. Não há afeto, apenas o dinheiro e a perpetuação dele e dos negócios. E a frustração de ver que os herdeiros não sonham em seguir pelo mesmo caminho, que todo aquele poder não tem o mesmo significado para todos, como o magnata gostaria.

A verdade é que pessoas assim não me dão raiva, e sim pena. É como se acreditassem, mesmo que indiretamente, que tanto dinheiro pudesse comprar o afeto dos outros. E fico triste ao ver que, na maior parte das vezes, estas pessoas são capazes de oferecer apenas este dinheiro que possuem. Elas até tem amor dentro delas, mas se embrenharam por um caminho em que a forma de demonstrá-lo é completamente tortuosa e sem sentido.

A trama é baseada no livro de John Pearson e foi regravada quase em sua totalidade após as denúncias de assédio sexual contra Kevin Spacey. O longa de Ridley Scott já estava praticamente pronto quando Christopher Plummer assumiu o posto em novembro de 2017 e, agora, concorre ao Oscar na categoria Melhor Ator Coadjuvante. O filme também gerou polêmica após ser divulgado que o ator Mark Wahlberg ganhou 1.500 vezes mais do que sua colega de elenco Michelle Williams para refilmar as cenas do filme depois da saída de Spacey. Williams, que é uma das protagonistas do longa e já foi indicada ao Oscar quatro vezes, ganhou por seu trabalho uma remuneração diária de US$ 80, uma quantidade que no total não chega a US$ 1 mil e que representa menos de 0,07% dos US$ 1,5 milhão que Wahlberg recebeu. Após a repercussão negativa do caso, o ator anunciou que doaria seu cachê ao ao movimento contra o assédio Time's Up.


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Manu Mayrink é fanática por livros, filmes, séries, música e lugares novos.  A internet é seu maior vício (ao lado de banana e chocolate, claro) e o "Alguém Viu Meus Óculos?" é seu xodó. Ela ama falar (muito) e contar pra todo mundo o que anda fazendo (taurina com ascendente em gêmeos, imagine a confusão!). Já morou em cidade pequena e em cidade grande, já conheceu gente muito famosa e outras não tanto assim (mas sempre com boas histórias). Já passou por alguns lugares incríveis, mas quando o dinheiro aperta ela viaja mesmo é na própria cabeça. Às vezes mais do que deveria, aliás.

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