Criatividade além da conta no brasileiro “Os Incontestáveis”
Roteiros criativos são sempre interessantes, mas a criatividade tem limites. É a sensação que temos ao assistir “Os Incontestáveis”, do diretor brasileiro Alexandre Serafini. No longa, os irmãos Bel (Fabio Mozine, baixista da banda Mukeka di Rato) e Mau (Will Just, guitarrista do The MuddyBrothers) saem, a bordo de um Opala 73, em uma verdadeira saga em busca de um carro, um Maverick 77, do pai deles.
Não há um objetivo real do que fazer quando encontrar o carro, me parece mais pelo objetivo de andar pelas estradas e curtir o caminho. O carro foi passado para frente várias vezes, o que só dificulta cada vez mais esse encontro, que resulta em vários outros encontros no caminho. Eles vão dando caronas para pessoas aleatórias e com elas descobrem e conhecem várias coisas, outras pessoas e lugares.
Um senhor que ganha carona dos amigos começa a contar-lhes sobre a Guerra do Contestado (que dá origem ao nome do longa), quando se contestaram as fronteiras da região central do Brasil. Dois jovens historiadores também se unem nessa história e começam a pensar sobre o assunto. Mas neste momento, os personagens começam a ficar enlouquecidos demais. O roteiro é de uma criatividade infinita, o que torna o filme um pouco incompreensível.
Forja-se uma nova guerra, contra um fazendeiro poderosíssimo local. Há uma certa crítica aos donos do poder no Brasil, mas mal construída, uma vez que pouco dá pra tirar daí para uma reflexão aprofundada.
Filmado nas estradas entre o Espírito Santos e Minas Gerais, muitas imagens de estradas simples, dessas comuns que a gente reconhece. Achei bonitas também as fotos de família antigas que encontraram em algumas casas do interior, que me trouxeram lembranças da minha família interiorana. Além disso, são os atores principais, também músicos, que cuidam da trilha sonora de “Os Incontestáveis”, que estreou no último dia 09 de agosto.