"Hotel Artemis", o filme que tinha tudo para ser, mas não foi
O ano é 2028. O lugar é Los Angeles. O Hotel Artemis é um hospital particular para criminosos administrado pela Enfermeira (Jodie Foster). Em um dia qualquer de uma semana com distúrbios nas ruas, tanques, helicópteros e mísseis (por conta da falta de água na região), a Enfermeira vai precisar se ocupar com ladrões de bancos, assassinos e um chefe da máfia russa marcado para morrer. Este é o contexto geral de "Hotel Artemis", escrito e dirigido por Drew Pearce e que conta no elenco também com atores como Sterling K. Brown (o Randall, de "This is Us").
O filme se passa em um momento único, quando diversos criminosos de forças e frentes opostas se vêem no mesmo local, um tanto quanto debilitados, porém prontos para defender seus interesses, dando um trabalhão danado pra enfermeira. Em meio a tudo isso, a própria personagem de Jodie Foster precisa lidar com questões pessoais quando uma policial aparece ferida pedindo ajuda em sua porta. O cenário parece perfeito para um blockbuster daqueles cheios de reviravoltas e emoções, mas não é bem isso que acontece. Apesar de algumas "descobertas" ao longo do filme, a sensação que se tem é que seguimos vendo um grande prólogo, com o sentimento de que algo vai acontecer, mas nada efetivamente grandioso acontece (algo que se esperaria de filmes como este). É um quebra-cabeça que ficamos por um tempo tentando construir e, quando o vemos montado, não nos impressiona em nada. Muitos dilemas aparecem, mas são pouco desenvolvidos.
Pra encerrar, uma curiosidade: o nome do hotel faz referência a deusa grega Artemis, que nasceu em segredo para que ficasse protegida da ira de Hera, a rainha dos deuses.