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“Tinta Bruta”, um manifesto queer, erótico e brutal


Cartaz "Tinta Bruta"

Não foi à toa que “Tinta Bruta” foi o grande vencedor da edição de 2018 do Festival do Rio, levando os prêmios de melhor filme, roteiro, ator e ator coadjuvante. O longa dos diretores Filipe Matzembacher e Márcio Reolon, que já haviam produzido “Beira-mar”, estreia amanhã, 6 de dezembro, com sessões no Rio no Instituto Moreira Salles, na Gávea.

“Tinta Bruta” mostra a vida de um garoto que sofre homofobia de todos os lados. Depois de largar a faculdade e sem grandes expectativas e oportunidades, Pedro (Shico Menegat) vê como liberdade financeira e de expressão se exibir na frente da webcam para pessoas que pagam para vê-lo nu ou dançando com tintas neon com o nome de Garoto Neon.

Pedro não gosta de sair, se sente observado o tempo todo. Estar na rua para ele é um problema, quase uma obrigação. Ele foi vítima de bullying e homofobia por muitos anos e, como consequência, acabou cometendo um crime, pelo qual responde. Mas a juíza do seu caso é muito conservadora e ele, que, além de tudo não tem dinheiro, precisa vestir um personagem para tentar não ser condenado.

Shico Menegat em "Tinta Bruta"

Porto Alegre, uma cidade bruta, é um personagem, diria que até o principal do filme. Sua má arquitetura fotografa bem, ajuda a construir a personalidade das pessoas. Tentando não dar spoilers, o final do filme também é perfeitamente ambíguo, dando margem para uma série de interpretações e suposições.

Em um momento tão conturbado para a população LGBTQI+ no Brasil, “Tinta Bruta” é quase um manifesto queer, que atenta para as angústias e sentimentos das pessoas que passam por problemas por serem quem são todos os dias. Segundo FilipeMatzembacher, o projeto foi inspirado em outra produção da dupla de diretores. “O filme surgiu de uma vontade de falar sobre despedidas, raiva e resistência. Inicialmente a narrativa veio de um curta-metragem nosso, ‘Quarto Vazio’, mas durante o processo de escrita muito se modificou”, afirma.

Nesta sexta-feira, 06 de dezembro, o filme terá uma sessão especial seguida de debate com os diretores. A sessão acontecerá às 19h, no Espaço Itaú Botafogo (Praia de Botafogo, 316).

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Manu Mayrink é fanática por livros, filmes, séries, música e lugares novos.  A internet é seu maior vício (ao lado de banana e chocolate, claro) e o "Alguém Viu Meus Óculos?" é seu xodó. Ela ama falar (muito) e contar pra todo mundo o que anda fazendo (taurina com ascendente em gêmeos, imagine a confusão!). Já morou em cidade pequena e em cidade grande, já conheceu gente muito famosa e outras não tanto assim (mas sempre com boas histórias). Já passou por alguns lugares incríveis, mas quando o dinheiro aperta ela viaja mesmo é na própria cabeça. Às vezes mais do que deveria, aliás.

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