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“O Galo de Ouro”, romance do mexicano Juan Rulfo


Capa de "O Galo de Ouro"

“O Galo de Ouro” é o segundo romance do mexicano Juan Rulfo. Na realidade, devido ao seu tamanho bem pequeno, eu diria que é mais um conto interessante. É importante notar todas as nuances da narrativa e a nova edição, lançada este ano pelo selo José Olympio da Editora Record, permite isso.

Juan Rulfo nasceu em 1916 em San Gabriel, uma pequena cidade do estado mexicano de Jalisco e ganhou a admiração de grandes nomes da literatura, como o colombiano Gabriel García Marquez. “O Galo de Ouro” foi escrito entre 1956 e 1958 e há certa dúvida sobre a motivação de Rulfo ao escrever, se era inicialmente um argumento para cinema ou somente um conto de fato. De qualquer forma, em 1964, foi lançado um filme homônimo, dirigido por Roberto Gavaldón.

Esta nova edição de “O Galo de Ouro” é uma revisão da edição revisada, ou seja, uma terceira forma da obra. Há um prefácio feito pela Fundação Juan Rulfo, que conta um pouco da história do texto, em suas diversas versões, inclusive essa. Esta edição tem uma capa de um material bem macio, daqueles que dá vontade de ficar fazendo carinho enquanto lê. E a gramatura e cor das páginas, assim como a fonte e o tamanho das letras, torna a leitura mais agradável.

O texto em si se trata de um conto longo e de uma leitura fácil, gostoso de ler. Dionísio Pinzón era um pregoeiro muito pobre, morador da pequena cidade de San Miguel del Milagro, e, em certa ocasião, pegou um galo dourado machucado para cuidar e começou a ganhar dinheiro com ele em rinhas. Depois de um tempo, o galo também morreu e ele se viu envolvido neste mundo, entrando em várias armações que esse universo dos jogos pode ter.

A experiência em rinhas de galo muda também o comportamento de Dionísio Pinzón, que acabou saindo da cidade e se casando com a mulher que lhe dava sorte. O galo foi só um start para ele entrar na vida de jogos e sorte e ganhar muito dinheiro assim. "O Galo de Ouro" trata, afinal, do ciclo da vida, e o título é uma ótima escolha por parte do autor.

Ao final do livro, há alguns textos de apoio, com avaliações literárias da obra. Eles indicam o que foi dito anteriormente, que a obra poderia ter sido concebida como um roteiro de um futuro filme em sua origem. Pelo que falam estes textos, os filmes adaptados não retratam exatamente a narrativa de Rulfo e ele mesmo fez reclamações, até por meio da imprensa, afirmando que o filmado não tinha muito a ver com o que havia escrito. Sua escrita era mais seca e muitas vezes os filmes tinham uma romantização dos lugares e das pessoas que não havia na obra escrita por Rulfo.

Além do filme dirigido por Roberto Gavaldón, os textos de apoio da edição falam ainda de outras adaptações das obras de Rulfo para o cinema. De qualquer forma, “O Galo de Ouro” é uma obra interessante do ponto de vista literário, por sua narrativa e até certa lição de vida.

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Manu Mayrink é fanática por livros, filmes, séries, música e lugares novos.  A internet é seu maior vício (ao lado de banana e chocolate, claro) e o "Alguém Viu Meus Óculos?" é seu xodó. Ela ama falar (muito) e contar pra todo mundo o que anda fazendo (taurina com ascendente em gêmeos, imagine a confusão!). Já morou em cidade pequena e em cidade grande, já conheceu gente muito famosa e outras não tanto assim (mas sempre com boas histórias). Já passou por alguns lugares incríveis, mas quando o dinheiro aperta ela viaja mesmo é na própria cabeça. Às vezes mais do que deveria, aliás.

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