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O insosso "Gosto se discute", com Kéfera Buchmann


gosto se discute

Já está clara a influência de MasterChef (e tantos outros programas culinários) no audiovisual não só brasileiro, mas no mundo. Depois de “Duas de mim”, que explora a temática dos reality shows culinários, o cinema brasileiro ganha mais um filme em 2017 que explora a cozinha: “Gosto se discute”. Desta vez, a competição não é em um reality, mas sim a disputa entre um restaurante tradicional de São Paulo e um food truck gourmet. Estrelado pela youtber Kéfera Buchmann e pelo veterano Cássio Gabus Mendes, “Gosto se discute” tem muitas cenas de comidas sendo feitas, daquelas que abrem o apetite e todo mundo adora ver.

Entretanto, apesar de se tratar de um tema que tem chamado atenção dos brasileiros, o roteiro deixa muito a desejar e o filme é bastante desinteressante. O chef Augusto Moreira (Cássio), dono do restaurante Gusto, um dos mais tradicionais de São Paulo, descobre uma síndrome que o faz perder o paladar. Ao mesmo tempo, o restaurante está perdendo clientes e precisa passar por uma repaginada, para conquistar a cotação máxima do “Melhores de São Paulo” e não cair em falência. Para isso, o sócio do restaurante envia a auditora Cristina (Kéfera) que quer promover mudanças radicais, como uma transformação no cardápio.

O filme não emplaca como comédia. Eu mesma custei a acreditar que estava mesmo sendo vendido como comédia porque, além de não conseguir achar graça de nada, o filme ainda tem uma carga dramática além do confortável. O roteiro é fraco, alguns clichês foram mal usados, prejudicando a atuação do elenco. Há uma série de conflitos, todos mal explorados. O melhor ator de todo o longa é Robson Nunes, por quem tenho especial apreço, que se destaca mesmo tendo poucas falas, na pele de Josenildo, um dos garçons do Gusto. Cássio também se sai bem, mas nada excepcional.

Queria dizer algo diferente, mas infelizmente Kéfera funciona muito melhor como youtuber ou como a personagem de uma fada, que fez no filme “É Fada!”, inspirado no livro de Thalita Rebouças (que eu particularmente amei, mas sou suspeita para falar). Ainda que se trate de uma comédia, ou seja, esteja dentro de seu nicho, Kéfera não consegue conquistar um bom nível de atuação e nem risadas do público (talvez porque sua personagem também não colabore nesse sentido). Há ainda o perturbador caso entre Cristina e Augusto, em que fica clara a falta de química entre Kéfera e Cássio.

A direção é de André Pellenz e além de Kéfera, Cássio e Robson, estão no elenco ainda Paulo Miklos, Zéu Brito e Gabriel Godoy. “Gosto se discute” estreia nesta quinta-feira (09).

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Manu Mayrink é fanática por livros, filmes, séries, música e lugares novos.  A internet é seu maior vício (ao lado de banana e chocolate, claro) e o "Alguém Viu Meus Óculos?" é seu xodó. Ela ama falar (muito) e contar pra todo mundo o que anda fazendo (taurina com ascendente em gêmeos, imagine a confusão!). Já morou em cidade pequena e em cidade grande, já conheceu gente muito famosa e outras não tanto assim (mas sempre com boas histórias). Já passou por alguns lugares incríveis, mas quando o dinheiro aperta ela viaja mesmo é na própria cabeça. Às vezes mais do que deveria, aliás.

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