"Dona Flor e Seus Dois Maridos", nova adaptação da obra de Jorge Amado

A estreia nacional desta semana é o filme “Dona Flor e seus dois maridos”, baseado na obra de Jorge Amado. Depois de representar Gabriela, personagem também do escritor baiano, em uma série da Globo, Juliana Paes repete a dobradinha de Sônia Braga e arrebenta como Dona Flor nesta nova versão (Sônia foi Flor na versão de 1976 do longa e também Gabriela na TV, em 1975).
O filme se passa na Bahia dos anos 1940, época e lugar nos quais viveu o autor. A sedutora Dona Flor é casada com Vadinho (Marcelo Faria), um “homem da vida” e que, por ter essa vida tão agitada, conheceu a morte bem cedo, deixando Flor viúva ainda jovem. Foguentos, Flor e Vadinho faziam muito amor o tempo todo, com muito gosto. Entretanto, ao mesmo tempo que se amavam muito na cama, Vadinho era também um péssimo marido, que batia e extorquia a esposa, gastando todo o dinheiro dela no jogo e na bebida.
Com a morte de Vadinho, o tormento de Flor acaba, mas a professora de culinária sente saudade dos prazeres que sentia com o marido. Então, ela é cortejada pelo Doutor Teodoro (Leandro Hassum) e acaba se casando com o farmacêutico. Entretanto, o que Vadinho tinha de foguento, Teodoro tinha de leso, deixando Flor infeliz, apesar de todo o conforto que o novo marido lhe proporcionava. É quando Flor começa a receber “visitas” de seu ex-marido.

Marcelo Faria e Juliana Paes têm química, o que traz verdade ao casal em cena e é muito gostoso de se ver. A princípio, pensei que esta versão de “Dona Flor e seus dois maridos” fosse um filme de humor, mas é na realidade bem dramático até. O humor só aparece (e ainda assim um pouco desvalorizado e caricato) quando Leandro Hassum surge em cena.
O cenário é muito interessante, como a casa de Flor e as ruas de Salvador. O figurino de todos os personagens também são bonitos e dizem muito sobre os personagens, o lugar e a época. Outro ponto a ser lembrado são as muitas nudes de Marcelo Faria, que passa a maior parte do filme sem roupa. Na trilha sonora, “É o amor”, na voz de Maria Bethânia e “Isso aqui tá bom demais”, com Dominguinhos e Chico Buarque, assim como outras boas canções, compõem uma aura divertida. Merece destaque ainda a atuação de Marcelo Faria, que é produtor do filme e também já tinha representado Vadinho na peça de teatro da história. Juliana Paes também está impecável e belíssima.
O roteiro e direção é de Pedro Vasconcelos, que também dirigiu “Fala Sério, Mãe”, baseado no livro homônimo de Thalita Rebouças, que estreia mês que vem. “Dona Flor e seus dois maridos” estreia no próximo dia 23 de novembro.