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O emocionante “Mudbound - Lágrimas Sobre o Mississipi”


Poster Mudbound - Lágrimas sobre o Mississipi

Não é difícil me emocionar, mas também não são todos os filmes que me fazem chorar igual criança. Mas saí de “Mudbound - Lágrimas Sobre o Mississipi” com a cara inchada de tanto chorar. Não foi a toa que esse filme recebeu uma série de indicações ao Oscar.

O longa, que estreia no próximo dia 15 de fevereiro, se passa nos anos 1940, em uma fazenda no interior do Mississipi. No contexto da Segunda Guerra, o racismo era muito declarado nos Estados Unidos. O filme mostra duas famílias que vivem nesta fazenda do Sul dos EUA, onde a escravidão negra foi pior e durou muito tempo, de forma brutal.

Por se passar na fazenda, foca bastante na vida da roça, e como a vida no campo não é fácil. E que os negros, mesmo muito tempo depois de ter sido abolida a escravidão nos EUA, seguiam vivendo em uma situação análoga à escravidão, com a segregação racial ainda plenamente viva. Eram livres, mas ainda escravizados; presos a uma terra da qual não eram donos. Além de terem que lidar diariamente com piadas racistas e todos os tipos de preconceito.

cena de Mudbound - Lágrimas sobre o Mississipi

Há ainda um contraponto interessante, das imagens da guerra com as do campo, mostrando realidade bem distintas de pessoas que estão interligadas. A Europa, por exemplo, onde estava lutando um filho da família negra retratada, era mais evoluída nesse sentido e menos preconceituosa que os EUA. Este homem, que foi visto como herói na Alemanha, desacostumou a ser destratado e voltar para os EUA foi um baque muito maior.

A música da Mary J. Blige é uma coisa a parte, que merece toda atenção. “Migthy River” aumenta a emoção ao final do filme e foi indicado ao Oscar de Melhor Canção Original. Mary J. Blige, que também foi produtora executiva do filme, recebeu ainda a indicação de Melhor Atriz Coadjuvante, totalmente merecida. “Mudbound - Lágrimas Sobre o Mississipi” recebeu ainda as indicações ao Oscar de Melhor Fotografia (realmente exuberante e também executada por uma mulher, Rachel Morrison) e Melhor Roteiro Adaptado (o filme foi baseado no livro de Hillary Jordan).

Talvez por ter tantas mulheres envolvidas no processo deste filme e da contação desta história, a importância e a devida atenção dada às mulheres da trama a deixam especialmente interessante. A diretora Dee Rees conseguiu fazer transparecer as emoções e lutas pessoais daquelas mulheres, a quem raramente eram dados seu devido valor.

“Mudbound - Lágrimas Sobre o Mississipi” é emocionante e memorável. Assista ao clipe:

Para wix.jpg

Manu Mayrink é fanática por livros, filmes, séries, música e lugares novos.  A internet é seu maior vício (ao lado de banana e chocolate, claro) e o "Alguém Viu Meus Óculos?" é seu xodó. Ela ama falar (muito) e contar pra todo mundo o que anda fazendo (taurina com ascendente em gêmeos, imagine a confusão!). Já morou em cidade pequena e em cidade grande, já conheceu gente muito famosa e outras não tanto assim (mas sempre com boas histórias). Já passou por alguns lugares incríveis, mas quando o dinheiro aperta ela viaja mesmo é na própria cabeça. Às vezes mais do que deveria, aliás.

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