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O violento e censurado “Feliz Ano Novo”, de Rubem Fonseca


Capa Feliz Ano Novo - edição Saraiva de Bolso

Existem alguns autores que nós, loucos por livros, não podemos passar a vida sem ler. O contista, cronista, ensaísta, romancista e roteirista Rubem Fonseca é um desses. Lançado a primeira vez em 1975, o livro lido para esta resenha, “Feliz Ano Novo” é uma reunião de catorze contos com muita violência, sexo e crítica social.

Esta é uma obra importante para ajudar a compreender o Brasil daquela época (e também o atual, que, assustadoramente, muitas vezes me lembra aquele). Além do que está de fato escrito no livro, também o contexto no qual está inserido, assim como a importância histórica que obteve, por ter sido censurado pela ditadura, ajuda a nos compreender enquanto sociedade. Foi por conta de sua narrativa violenta e com muito sexo que a obra foi censurada no período da ditadura militar, por "atentar contra a moral e os bons-costumes" e fazer apologia à violência.

Mesmo com pontos bem machistas, a obra se faz muito cômica em alguns momentos e é bem diferente da literatura que eu costumo consumir. Em cada conto, fatos muitas vezes até improváveis acontecem com os personagens. Eles são colocados em situações absurdas, que nos fazem querer continuar lendo, a espera do que ainda pode vir. São histórias bem loucas, que sempre envolvem uma morte, uma mulher e o sexo, de todas as formas, como por exemplo um campeonato de conjunção carnal. Muitas vezes, o personagem principal do conto é um escritor, ou um poeta, o que nos faz questionar o quanto de autobiografia poderia ter em um ou outro conto.

Mesmo nascido em Juiz de Fora, Minas Gerais, a maior parte das crônicas se passa no Rio de Janeiro, onde Rubem passou grande parte de sua vida. Eu sou completamente apaixonada pelo Rio e todo tipo de narrativa que a usa como pano de fundo ou como personagem. Crônica de cidade é um dos meus tipos de leitura preferido.

Rubem Fonseca também é autor de obras importantes da literatura brasileira, como o romance policial “O Caso Morel” e “Lúcia McCartney”, também de contos. A edição de “Feliz Ano Novo” que eu li foi essa da foto, uma da coleção Saraiva de Bolso da Editora Nova Fronteira, que encontrei bem baratinho em um sebo no centro da cidade.

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Manu Mayrink é fanática por livros, filmes, séries, música e lugares novos.  A internet é seu maior vício (ao lado de banana e chocolate, claro) e o "Alguém Viu Meus Óculos?" é seu xodó. Ela ama falar (muito) e contar pra todo mundo o que anda fazendo (taurina com ascendente em gêmeos, imagine a confusão!). Já morou em cidade pequena e em cidade grande, já conheceu gente muito famosa e outras não tanto assim (mas sempre com boas histórias). Já passou por alguns lugares incríveis, mas quando o dinheiro aperta ela viaja mesmo é na própria cabeça. Às vezes mais do que deveria, aliás.

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