top of page

"Eu Sou Mais Eu" e os clichês adolescentes que a gente ama


Estou oficialmente idosa. 2004, o ano em que eu já tinha 14 anos, agora é pauta de filme de flashback cheio de lembranças "retrô". Em "Eu Sou Mais Eu", Camila Mendes, personagem de Kéfera Buchmann, é uma popstar arrogante, que busca o sucesso a todo custo. Ela está prestes a lançar uma nova música, mas é surpreendida em casa pela visita de sua fã número 1 (Estrela Straus, também preparadora do elenco), que insiste em tirar uma selfie com ela. O que Camila não esperava era que tal situação a levasse de volta à adolescência, quando sofria bullying de praticamente todos no colégio. Seu único amigo é Cabeça (João Côrtes), que tenta ajudá-la a encontrar seu verdadeiro eu, já que só assim conseguirá voltar à sua realidade.

Mas nem sempre esta foi a história do filme, como conta o diretor Pedro Amorim: "Quando eu fui chamado para o projeto, o filme tinha um roteiro bem diferente. A questão musical era praticamente inexistente. O personagem do Cabeça (interpretado pelo João Côrtes) não existia. O filme era mais infantil. Ela abordava os temas de bullying e autoaceitação de forma mais branda. Eu perguntei aos produtores qual era o público alvo do filme e decidimos juntos que os temas que nos interessavam abordar conversavam mais com um público um pouco mais velho que o infantil. Tendo isso em mente, adaptamos o roteiro para abordar e aprofundar essas questões de forma mais madura e divertida."

Pra ser ter mais ou menos uma ideia da ambiência do longa, basta fazer uma mistura de "Meninas Malvadas" e "De Repente 30". Temos a pessoa desajeitada que sofre o bullying, as meninas lindas (com uma líder, claro) super dentro do padrão que praticam o bullying, os caras gatos porém babacas, a tentativa da protagonista de se encaixar no padrão (por vezes tendo atitudes condenáveis), a mudança física para ser aceita, etc.

A verdade é que, sim, "Eu Sou Mais Eu" traz uma série de clichês dos filmes americanos do gênero, mas tem muito potencial com o público adolescente. É fácil citar problemas na produção do alto dos meus 28 anos, mas é certo que eu me veria em muitos pontos lá nos meus 13, 14. A mensagem final é muito bacana e importante (o já conhecido "seja você mesmo, se ame e trate os outros como gostaria de ser tratado") e a sensação é de que os clássicos adolescentes precisam ser revisitados e atualizados. Eles sempre terão seu público-alvo, que precisa ter acesso a determinados temas de maneira apropriada para sua idade.

Vale destacar o bom trabalho de Kéfera como atriz (que também pode ser conferido na atual novela das 18h da Rede Globo, "Espelho da Vida"). Para encarar o papel da popstar, a youtuber e atriz passou por uma longa preparação, com ensaios, aulas de canto, aulas de dança e mudanças no visual. O filme conta, por exemplo, com uma faixa inédita na voz da própria Kéfera, a gravação de um videoclipe e um show com a presença de seus fãs na plateia em que canta o sucesso "Máscara", da cantora Pitty.

"Eu Sou Mais Eu" tem direção de Pedro Amorim e é produzido por Damasco Filmes e Universal Pictures. Angélica Lopes e L.G Bayão assinam o roteiro e Lara Guaranys, Marcus Baldini, Gustavo Munhoz, Abrão Scherer e Marcos Scherer, a produção.


Para wix.jpg

Manu Mayrink é fanática por livros, filmes, séries, música e lugares novos.  A internet é seu maior vício (ao lado de banana e chocolate, claro) e o "Alguém Viu Meus Óculos?" é seu xodó. Ela ama falar (muito) e contar pra todo mundo o que anda fazendo (taurina com ascendente em gêmeos, imagine a confusão!). Já morou em cidade pequena e em cidade grande, já conheceu gente muito famosa e outras não tanto assim (mas sempre com boas histórias). Já passou por alguns lugares incríveis, mas quando o dinheiro aperta ela viaja mesmo é na própria cabeça. Às vezes mais do que deveria, aliás.

  • Facebook
  • Twitter
  • YouTube
  • Pinterest
  • Instagram
bottom of page