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"Green Book: O Guia", indicado ao Oscar de Melhor Filme, chega aos cinemas nesta quinta-fe


Temporada pré-Oscar é ótima pros amantes do cinema: são muitos lançamentos incríveis! Nesta quinta (24), chegou às telonas "Green Book: O Guia", com Viggo Mortensen e Mahershala Ali nos papeis principais. O longa traz uma história real diretamente de 1962. Tony Lip (Viggo Mortensen) é um fanfarrão de Nova York, ótimo representante do "cidadão de bem", que precisa de trabalho após sua discoteca, o Copacabana, fechar as portas. Ele conhece um pianista que quer que Lip faça uma turnê com ele. Só que o músico, Dr. Don Shirley, é negro, o que já é um complicador para o preconceituoso Lip. Além disso, a turnê para a qual ele foi chamado é no sul dos EUA, notoriamente mais racista que o restante do país e, na época, sob um esquema extraoficial de segregação racial, em que não era permitido a negros frequentar o mesmo lugar que brancos (e eles corriam sérios riscos de espancamento e morte por conta do preconceito).

O tal "Green Book" do título é um guia entregue ao motorista no início da jornada, para que ele saiba os lugares que seu cliente poderia frequentar sem problemas - e para que, por consequência, a turnê seguisse sem percalços. Por vezes eles não poderiam, inclusive, ficar hospedados no mesmo hotel. Lip faz de tudo para que a viagem siga toda conforme o planejado; não por apreço ao grande músico que leva, mas por saber que só receberá o restante do dinheiro combinado caso tudo corra bem.

E é aí que acontece a grandiosidade do filme: no convívio entre pessoas tão diferentes, com vidas tão diferentes e que precisam se entender para que tudo funcione bem para ambos. Lip é um cara sem grandes riquezas ou luxos, mas que acredita ser um ser superior a qualquer negro, simplesmente por ser branco. Mesmo que este negro seja claramente mais erudito e tenha mais posses do que ele. Dr. Shirley é um negro que busca a música clássica como refúgio, mas que só consegue tocar músicas populares porque é isso que os brancos querem ouvir negros tocando. Shirley não se encaixa no mundo dos brancos, mas também não se encaixa no que entedia-se como mundo dos negros, com seus costumes e músicas, por exemplo. Em uma das cenas mais incríveis, em meio a uma discussão com Lip, ele chega a afirmar: "Se eu não sou branco o suficiente, nem negro o suficiente, o que eu sou?"

Acompanhar a solidão de Shirley, as mudanças em Lip e o crescimento da amizade são os momentos incríveis deste filme (que, sim, faz uso do humor para trazer uma história tão forte e nos rende também boas risadas). Se podemos procurar uma mensagem que o longa passa, é a de que é necessário conhecer o outro, o "diferente" daquilo que estamos habituados a ver e conviver, para poder entender e sentir a famosa "empatia". Julgamentos prévios nunca funcionam. É quando a dupla de protagonistas deixa de lado todas suas defesas pessoais e se abrem para a convivência e a compreensão que tudo acontece. É a partir daí que a mudança verdadeira tem espaço: pelo afeto, pelo amor, pela educação. Ela vem de dentro!

"Green Book: o Guia" está indicado em cinco categorias no Oscar 2019, incluindo Melhor Filme.


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Manu Mayrink é fanática por livros, filmes, séries, música e lugares novos.  A internet é seu maior vício (ao lado de banana e chocolate, claro) e o "Alguém Viu Meus Óculos?" é seu xodó. Ela ama falar (muito) e contar pra todo mundo o que anda fazendo (taurina com ascendente em gêmeos, imagine a confusão!). Já morou em cidade pequena e em cidade grande, já conheceu gente muito famosa e outras não tanto assim (mas sempre com boas histórias). Já passou por alguns lugares incríveis, mas quando o dinheiro aperta ela viaja mesmo é na própria cabeça. Às vezes mais do que deveria, aliás.

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