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O retorno às origens africanas em "Jornada da Vida"


Quando eu menos percebi, já era fã de Omar Sy. Eu amo os filmes protagonizados por ele: "Samba", "Intocáveis", "Uma Família de Dois"... sempre daqueles pra rir e também cair uma lagriminha. Em "Jornada da Vida", Omar interpreta o ator francês Seydou Tall, de descendência senegalesa, que faz uma viagem à África para promover o seu livro. No local, descobre que um de seus maiores fãs é Yao, um garotinho que fez uma longa viagem sozinho para vê-lo. O autor decide acompanhá-lo de volta à sua casa, e no percurso, acaba se reencontrando com as próprias raízes. Aqui, as coisas são diferentes dos outros trabalhos de Omar: ele não é mais o imigrante africano em território europeu; agora ele é um estranho na África, redescobrindo histórias.

E que ator é o pequeno Lionel Louis Basse. O Yao interpretado por ele traz a leveza de um menino do interior que não entende de luxo, fama e riqueza e, por isso mesmo, corre atrás de seu ídolo sem afetações, não importando a distância da viagem. A inocência do garoto está associada à sagacidade necessária para conseguir chegar onde queria (e para recuperar parte do seu livro que tinha sido devorado por um bode). Yao também não se mostra deslumbrado ao conhecer Seydou, conversando com ele de igual pra igual e, consequentemente, trazendo muitos ensinamentos sobre simplicidade e vida leve. O menino queria um apenas um autógrafo, mas conseguiu muito mais (e deu muito mais).

"Jornada da Vida" traz um enredo, de certa forma, clichê. O reencontro com o passado, a volta a uma vida simples... tudo isso já foi abordado em muitas obras cinematográficas. Mas o carisma dos atores, as imagens incríveis e o aprofundamento em uma nova cultura nos prendem. Imergimos na religião muçulmana, nas danças, nas músicas, nos trabalhos e nas cores locais. E Seydou também aprende, já que, para os habitantes locais, ele é considerado europeu, por conta de seus costumes. A cor da pele não é mais tão relevante. Aqui, Yao chama Seydou de "negro por fora e branco por dentro".

Curiosidade: O jovem Lionel Basse foi selecionado no Senegal entre outros 600 jovens. O longa foi todo feito em sequência, o que ajudou o trabalho de Lionel, que nunca tinha feito cinema.


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Manu Mayrink é fanática por livros, filmes, séries, música e lugares novos.  A internet é seu maior vício (ao lado de banana e chocolate, claro) e o "Alguém Viu Meus Óculos?" é seu xodó. Ela ama falar (muito) e contar pra todo mundo o que anda fazendo (taurina com ascendente em gêmeos, imagine a confusão!). Já morou em cidade pequena e em cidade grande, já conheceu gente muito famosa e outras não tanto assim (mas sempre com boas histórias). Já passou por alguns lugares incríveis, mas quando o dinheiro aperta ela viaja mesmo é na própria cabeça. Às vezes mais do que deveria, aliás.

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