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"Quem me ama, me segue!" e a liberdade na terceira idade



Eu amo filmes de romance com idosos. Eles são importantes pra lembramos que podemos - e devemos - amar em todas as idades. É que as vezes a gente esquece e, após determinada idade, achamos que o amor já não é mais pro nosso bico. Isso sem contar o fato de que muita gente ainda estranha filmes românticos que não tragam casais jovens e super na moda.


No longa francês "Quem me ama, me segue!", conhecemos Simone (Catherine Frot) e Gilbert (Daniel Auteuil), um casal de aposentados que vive em uma aldeia no sul da França. Após uma série de acontecimentos, como falta de dinheiro, a mudança do amante de Simone para outro lugar e as reclamações constantes de Gilbert (ele é muito mala e não dá um segundo de sossego pra esposa!), Simone decide simplesmente sair de casa. Isso mesmo, vai embora com uma trouxa nas costas e sem dar nenhum tipo de aviso. Agora, Gilbert está pronto para fazer qualquer coisa para ter sua esposa de volta.


Acontece que, além de completamente dependente da esposa pra tudo, Gilbert ainda é muito racista. Os comentários feitos após a mudança de um vizinho negro deixam isso bem claro. Coisas que poderiam ser ditas por muitos cidadãos de bem que conhecemos. E é exatamente este racismo que faz com que sua vida familiar não ande bem. Logo percebemos que Gilbert é brigado com a filha por ter xingado seu genro. E, quando Simone some, é ele quem acaba precisando tomar conta do neto, também negro.


Em meio a uma série de dramas pessoais, acompanhamos os momentos de auto-descoberta de Gilbert e... o filme vai ficando cada vez mais leve, caminhando pela comédia. Simone sabe bem o que quer, e não será o marido (ou o amante Étienne) que vão pará-la. Foram muitos anos presa em uma vida que ela não quer mais, com aquela dose "boa" de machismo que toda mulher já conheceu. Ela merece viver de verdade, com liberdade e paz de espírito.


E, meio a tanta disputa, fica a pergunta: é preciso perder pra dar valor? E mais: tantos anos de casamento garantem que o amor será eterno?



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Manu Mayrink é fanática por livros, filmes, séries, música e lugares novos.  A internet é seu maior vício (ao lado de banana e chocolate, claro) e o "Alguém Viu Meus Óculos?" é seu xodó. Ela ama falar (muito) e contar pra todo mundo o que anda fazendo (taurina com ascendente em gêmeos, imagine a confusão!). Já morou em cidade pequena e em cidade grande, já conheceu gente muito famosa e outras não tanto assim (mas sempre com boas histórias). Já passou por alguns lugares incríveis, mas quando o dinheiro aperta ela viaja mesmo é na própria cabeça. Às vezes mais do que deveria, aliás.

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